sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Capitão

Moreno

As grandes conquistas da humanidade são historicamente, atribuídas a um grande líder. Qualquer grupo, que em determinado espaço temporal, tenha ousado alterar o rumo dos acontecimentos, tem na sua génese, a forte personalidade e espírito arrojado de determinado indivíduo, que devido às suas potencialidades, não é visto como apenas mais um. Ninguém negligenciará o papel fundamental de vários elementos na persecução de um objectivo, mas tende naturalmente a ser unânime, o reconhecimento do papel do líder. Isto, pelo menos, em termos teóricos…

É difícil acreditar em conquistas meramente casuais, do mesmo modo que não admito ser possível triunfar sem uma forte liderança. O nosso Vitória está hoje órfão de líderes. E se fora das quatro linhas, esta situação se tem vindo a revelar praticamente insustentável (Bebé salvará o Berço?!), parece-me evidente que, para esta nova temporada, o problema se alargou também ao rectângulo de jogo.

Moreno, após vinte anos de Rei ao peito, rumou a Inglaterra, onde certamente sentirá a falta do “carinho” que os adeptos sempre lhe dispensaram. Vitoriano, Vimaranense, Guerreiro. Assumiu sempre a responsabilidade quando os outros recearam errar. Não seria certamente o jogador perfeito mas era o líder ideal. O Capitão, no verdadeiro sentido do termo... O único, dentro da sua equipa, que me faria colocar um número, na horrenda lacatoni que anualmente nos vão impingindo.

Allan Cocatto, nome que se confunde com a própria modalidade. Figura maior do voleibol do Clube, abandonou após ter conquistado tudo o que havia para conquistar. O eterno Capitão deixa um legado impressionante e inigualável, dentro e fora das quatro linhas.

Fernando Neves, profissional exemplar, rapidamente conquistou e consolidou o seu estatuto de Capitão. Oriundo de Ovar, Neves foi fundamental na estrutura definida por Fernando Sá. Um líder que regressa a casa de cabeça erguida. Do lado feminino, Diana Mendes comandou uma equipa diferente. Contra todas as perspectivas, este grupo coeso chegou ao topo e conquistou títulos para o Clube. Diana era a Capitã, com ela em campo tudo parecia possível. Seguirá a sua carreira em Lousada.

No futsal, Malainho lutou como ninguém pelo símbolo do Rei. Ano após ano, tentou manter vivo o sonho... Representar o Vitória Sport Clube. Venceu o desafio várias vezes. Este ano não foi capaz. Morreu o sonho, terminou a modalidade.

No Pólo Aquático surgiu a excepção. A tal que obrigatoriamente teria de ser regra. Pedro Lima, Vitoriano e Vimaranense, abandonou a competição e foi homenageado por toda a secção. Dos mais novos aos mais velhos todos aplaudiram o líder. O exemplo.

No momento que faltam os Capitães, prosseguem as buscas para encontrar o novo Vitória. Para já, apenas uma certeza. Partiremos órfãos para a nova temporada.

A história encarregar-se-á de imortalizar os heróis e esquecer os restantes. No entanto, fazemos questão de aqui deixar o nosso contributo. Ao longo de vários anos, aprendemos a admirar estes líderes e não seríamos capazes de deixar de lhes prestar esta justa e singela homenagem.

Obrigado.

1 comentário:

  1. Homenagem justa aos nossos Eternos Capitães que deram tudo pelo clube e que, em muitos casos, não tiveram o reconhecimento merecido.

    A eles.. O meu Obrigado!

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