domingo, 22 de agosto de 2010

Uma Aventura nas Árabias I

Luiz Filipe

Luíz Filipe, o homem que colocou o Vitória entre os grandes da formação em Portugal, aceitou um novo desafio na sua carreira. Após seis anos ao serviço do Clube da Cidade Berço, quatro nos juvenis e dois nos juniores, Luiz Filipe decidiu emigrar e agarrar a oportunidade que o Al-Nassr, da Arábia Saudita, lhe concedeu.

O homem que já representou as camadas jovens do Vitória, cumpriu assim o sonho de se tornar profissional. Com a humildade e simpatia que sempre lhe reconhecemos, Luiz Filipe acedeu ao convite que lhe endereçamos e aceitou partilhar connosco o dia-a-dia de um Vimaranense em terras árabes.

Sem compromissos ou periodicidades obrigatórias, este será um espaço que estará sempre à disposição do técnico. Aqui iremos mostrar o lado V da vida de um treinador que não se acomodou e luta para chegar ao topo.

Terminamos, com um agradecimento especial ao Luiz Filipe, pela sua inexcedível colaboração ao longo dos vários anos que o acompanhamos. Desejamos-lhe a maior das sortes e ficamos à espera de novos capítulos da sua “Aventura nas Arábias”.

Caros amigos,

Falar sobre esta aventura daria um livro, pois estamos num país completamente antagónico ao nosso, tanto no espaço, como no tempo e costumes. Contudo tentarei ser sintético. Para terem uma ideia neste momento estamos no Ramadão, onde adormeci as 7h da manhã, acordei as 15h, vou almoçar as 18:30, treinar as 23h e jantar as 2h da manhã.

Quando chegamos a Riad, as temperaturas rondavam os 50 graus, as 9h da noite ainda estavam 46 graus, isso apenas para introdução…

Relativamente ao primeiro encontro, jogamos a 1000km de distância, fomos de avião. Quando o avião se estava a preparar para levantar, senti um barulho estranho, e fiquei apavorado, o avião parou e ficamos 1:30 lá dentro para resolverem a avaria. Fui com o coração na mão. Quando vi a capacidade física dos adversários em relação a nossa, fiquei admirado com a diferença. Perdemos 1 a 0 golo de canto, denotando carência no jogo aéreo. Carregamos em cima do adversário, com um ascendente de posse de bola e oportunidades, situações de superioridade numérica, mas a ansiedade tirou-nos clarividência. Estamos na taça do Rei, primeira prova que são 10 jogos e que servirão de laboratório para o campeonato.

Abraço, até amanhã.

Luiz Filipe Ferreira

5 comentários:

  1. Com tantas diferenças espero que o treinador ainda não se tenha arrependido desta escolha e que já se tenha adaptado.

    Tá fixe, continuem.

    ResponderEliminar
  2. Obrigado Bé e Carlos.

    Luiz Filipe é de facto um treinador que nos marcou não só pelo que alcançou em Guimarães, como pela forma como sempre se mostrou disponível para colaborar. Os parabéns são para ele ;)

    ResponderEliminar
  3. Obrigada Luiz Filipe pela colaboração com este projecto. Ficamos à espera das suas histórias pelas Arábias :)

    ResponderEliminar